Coluna Aparte – Xerife

Gostam de dizer que o Maranhão não fica no Brasil, que nem é estado, está mais para um país. Os mais céticos pensam em algo parecido como um planeta.

Infelizmente sempre estivemos como os primeiros em notícias pautadas em dados com alta escala negativa. Pior renda, péssima qualidade alimentar, baixos índices na educação, saúde das ambulâncias para a capital, corrupção bilionária e o mais longo feudo político de única família.

As manchetes da imprensa nacional nunca conseguia encontrar fatos positivos, as letras garrafais anunciavam o caos social e econômico. Muito pouco mudou na estrutura para servir aos contribuintes, otimistas acreditam no prazo mínimo de 20 anos de ações eficazes para equilibrar a inserção ao direito coletivo.

Continua pouco o dinheiro nos bolsos, alimentação ainda de subsistência, qualidade escolar começando a decolar como referência, corrupção deixou de ser o principal motivo de investigações no âmbito do poder estadual, nada mudou nos municípios com gulosos prefeitos e vereadores, saúde saindo da propaganda para encarar a dura realidade com o coronavírus obrigando investimentos de emergência e começou a girar o espiral na ocupação dos poderes.

Voltamos a ser destaque. Primeiro a decretar o isolamento social entre as capitais.

Fica a dúvida em qual categoria o governo será enquadrado na leitura da opinião pública quando começar a imposta, mas necessária, clausura determinada pela justiça e devidamente cumprida pelo governador Flávio Dino (PCdoB) incorporado no papel de xerife da sobrevivência. 

Evidente que vai ser triturado, esmigalhado e odiado por pelo menos 50% dos eleitores, os mesmos que podem ajudar a doença chegar ao ápice irreversível nos hospitais públicos e particulares.

Quem sabe agora, nem que seja por ciúmes do adversário comunista, o presidente Bolsonaro resolve determinar que o povo fique em casa, talvez tenha um simples sentimento de complacência ao próximo.

Maranhão, volta, amanhã, ao tubo de ensaio da experiência de comportamento da sociedade que ainda não entendeu a mortalidade do cruel vírus.

Tínhamos de ser os primeiros.   

  • Coluna Aparte publicada nas segundas-feiras, na página Política, no jornal O Imparcial.
  • Charge do Nuna.

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