Coluna Aparte – Coisa comum, de povo!

Nordeste festeja seus santos em junho, as vezes começa um pouco antes, mas termina no final do mês. Evidente que no Maranhão tinha de ser diferente ao ponto de o santíssimo altar junino solicitar uma reunião emergencial pedindo um descanso no mês de julho, necessário o desmonte dos arraiais eleitorais pensando na utilização do dinheiro público como forma de diminuir os 90% de índices da miséria restante da população maranhense. Inacreditável a obrigatoriedade de o período do São João resgatar a era oligarca com um terreiro particular de poucos lucrando no vamos festejar.

Confesso que não estive em nenhum dos espaços do Maior São João do Mundo. Enfrentando diariamente o engarrafamento pela frente do IPEM, assistindo a grade financiada nas televisões, sem esquecer outros veículos e a comunicação alternativa e repetitiva, permitiu dimensionar a possante estrutura e a verba aplicada para a valorização da cultura local e estrangeira, da nossa culinária, na rede hoteleira e outras ramificações do turismo. Depois que cansarem de brincar de boi, será importante detalhar quanto rendeu de lucro aos segmentos da inciativa privada e os chamados empreendedores, dos carrinhos aos ambulantes. Tudo é lucro, temporário, mas é!

Imagina que, agora, o governo federal junto com o Congresso Nacional quer taxar do camelô aos mototaxistas, segundo a imprensa bolsonarista. Mesma linha ideológica que absorveu a maioria dos votos de deputados e senadores responsáveis pela pobreza e o roubo descarado da população brasileira. Inventaram um tal de déficit zero, ou quase isso, para as bestas acreditarem na ilusão do gasta o que recolhe dos nossos bolsos. Talvez o problema do Brasil não esteja na quantidade de festa durante o ano, o importante fica em identificar a diária pilantragem fora do calendário oficial.

Em poucos dias vamos descobrir a Olimpíada, depois a campanha política, Natal e Ano Novo. Graças a Deus todos dias tem aniversário para comemorar nos altares, cada divino dos céus com uma missão. Para nós, os mortais, resta somente agradecer e pagar as promessas pelo que nos faz falta. Sem esquecer de pagar os impostos em dia. Coisa de pessoas comum do povo!

  • Coluna Aparte publicada nas segundas-feiras, na página Política, no jornal O Imparcial.
  • Charge do genial Nuna.

 

1 pensou em “Coluna Aparte – Coisa comum, de povo!

  1. Isso de “brincar de boi” fica por conta do redator, que deve ser chegado. Só no Maranhão que tem “brincadeira”, coisa amadora e desvalorizada. No restante do país nós temos manifestações, grupos culturais e artísticos que se apresentam o ano inteiro. Por que somente aqui que os grupos devem se limitar e se apresentar somente uma vez no ano? Por isso que aqui é atrasado em tudo. A começar por esse pensamento triste e provinciano.

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