Nem precisa gastar energia para afirmar que a população do Maranhão continua pobre. Sendo generoso com a verdade da história, os maranhenses sempre ficam no depois, no quem sabe será o próximo a pensar em conseguir acreditar de uma chance em usufruir do direito a uma vida digna. E olha, que nem estão cobrando riqueza!
Primeiro vieram os corsários franceses, seguidos dos portugueses, passou rapidamente por aqui os holandeses, sempre como exploradores disfarçados de colonizadores. Tivemos os “Senhores” com formatos diferenciados nas titularidades, primeiro da cana e algodão, do babaçu, da madeira, do gado e, agora, a nova versão gafanhoto arrancando o resto das terras da agricultura familiar com a soja.
Todos adquirindo, sim, sem o pior sentido da palavra, até a imposta subsistência dos povos tradicionais, levando o Maranhão ao reconhecimento de maior povoador dos outros estados. Por décadas continuamos em primeiro lugar no êxodo rural. Algo calculável em mais de dois milhões de trabalhadores, somente fugindo da violência no campo.
Nada contra a soja, os membros da minha família foram colonos imigrantes que fizeram do Sul do Brasil uma região rica dividindo as pequenas áreas na produção de grãos, assim continuam sem a insana gulodice de serem donos de todas as terras.
Nas décadas de 70, 80 e 90 os agricultores escaparam, com medo da morte, para o Norte, Guianas e Sudoeste, todos no subemprego e trabalho escravo. Dramaticamente, nos dias atuais, ficaram com o papel de fazer o inchaço dos municípios permitindo a incorporação nas facções dos jovens viciados em drogas e praticantes de crimes.
Necessário mudar os índices alarmantes, jamais os de consciência podem admitir tamanha afronta em ver a nossa terra estampada no pior índice da violência do campo.
Ontem, o primeiro. Hoje, o segundo. Alguma diferença?
- Coluna Aparte publicada nesta segunda-feira, na página Política, no jornal O Imparcial.
- Charge do Nuna.