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A jogada

Poucos fizeram a leitura correta deste rompante de defesa do legado político dos membros do grupo Sarney, demonstrando indignação pelo desdém do candidato Eduardo Braide ao apoio deles no segundo turno da eleição em São Luís.

Todos os caminhos da biografia da família Braide levam ao seio do grupo Sarney, a leitura básica da campanha mostrava que haveria rejeição do eleitor, com perda de grande quantidade de votos pela relação umbilical ao tradicional grupo político.

Acordos feitos nos bastidores com a surprendente chegada de Braide no segundo turno, mas como confundir o eleitor mostrando um rompimento?

Inicialmente, tentaram implantar a versão do candidato independente, que seria eleito pelas suas qualidades, pela experiência como gestor na Caema e secretário municipal em São Luís, sem imagens da presença de nenhum deles em público e o discurso forte que não precisava fatiar a prefeitura para vencer o pleito.

Nada funcionou, o eleitor desconfiado começou a mostrar rejeição nas pesquisas, forçando as declarações diárias do candidato contra o grupo Sarney. O mal estar instalado, necessário mudar a estratégia.

A nova versão surgiu com o discurso magoado do deputado estadual Adriano Sarney (PV), na tribuna da Assembleia Legislativa, denunciando que Eduardo Braide pediu apoio ao grupo Sarney no primeiro turno.

Mas, Adriano Sarney, neto do Sarney, ainda é peixe novo na política, poucos dariam credibilidade, ou mesmo atenção, a declaração de afastamento do candidato do PMN.

Seria necessário um conjunto de seguidas declarações, todas no tempo certo. Assim, o seguinte foi o senador e presidente estadual do PMDB, João Alberto, afirmando dois encontros na sede do partido. Para não haver dúvidas as suas palavras afirmou ter testemunhas que viram e ouviram os pedidos de Eduardo Braide.

Novamente o eleitor mostrou o não acreditar na encenação de rompimento. Então, escalaram a credibilidade do suplente de senador Edinho Lobão para assinar os fatos contra Braide, aproveitando para demonstrar a capacidade de conselheiro paternal com o aprendizado do “não se vence, nem se governa sozinho.

Falta Roseana Sarney vir a público para fundamentar a jogada, afirmando que está neutra neste segundo turno.

Parece que precisam ser mais criativos, ninguém consegue apagar o passado.