Coluna Aparte – A viagem. Assistir novamente?

Quem gosta de novelas, podem assistir a qualquer hora na semana, principalmente as clássicas que marcaram épocas referenciando os diferentes conceitos e hábitos na sociedade, muitos deles ultrapassados, alguns ainda resistem aguardando espaços para submergir. Dias atrás, estava escrevendo um texto, na sala havia uma televisão com um som incomodando o meu raciocínio, de tanto tirar a minha atenção resolvi assistir à programação, claro que era uma telenovela da série “Vale a pena ver de novo”, resgatando um período que o espiritismo esteve presente nos roteiros.

Durante um capítulo de “A Viagem” o ator principal, Antônio Fagundes, falava que já tinha vivido aquela cena, tentando descobrir de onde conhecia a sua amada. Curiosamente não precisamos morrer ou reencarnar para entender a atual construção e, ao mesmo tempo, desconstrução do processo eleitoral no Maranhão. Nada, exatamente nada de diferente está acontecendo, somente o CPF do secretário Orleans Brandão (MDB) que consta como definitivo para a urna de governador em 2026. Nada a ver com o além.

Enquanto o vice-governador Felipe Camarão (PT) insiste em provar sua inocência no caso das mensagens libidinosas sobre a deputada Mical Damasceno (PSD), os demais pré-candidatos estabelecem novas bases aliadas e começam a rever os fatores no participar da campanha. Evidente, nem precisa fazer figurações, o pré-candidato do grupo Brandão é o Orleans Brandão. Calado, com jeito e cara de bom moço, trabalhando com o espaço municipalista, foi aparando pelas beiradas, acabando por conquista o direito de sentar na mesa principal. Agora, deve mostrar a capacidade de articulador na proposta permanente.

Impossível não entender que o furar da bolha do Orleans obrigou o prefeito Eduardo Braide (PSD) voltar a colocar a competente avaliação na lista do monitoramento, antes era possível o governador Brandão (PSB) apoiar qualquer pré-candidato. Hoje nem existe mais esta discussão. Braide pode ser o governador, mas primeiro deve passar pelo purgatório de concorrer sem a máquina da prefeitura da capital, sabendo que os R$ 2,5 bi livre no caixa vai estar sendo vigiado a cada centavo, sem quase prefeitos e vereadores, sem conhecimento onde estão as lideranças nas comunidades, sem veículos de comunicações, principalmente do Sarney. Somente com o fundo eleitoral e o possível dinheiro dos empresários beneficiados pelos contratos do executivo. Talvez os recursos de investidores externos atraídos pela lábia do presidente do PSD, Kassab. Claro que Braide é último fenômeno político, bom de fala e voto.

Sendo correto com o Lahésio Bonfim (NOVO) chegou a grande chance de provar a sua capacidade de vencer a eleição. Soube manter a cota nos conservadores, composta dos que rejeitam o Flávio Dino (STF), outros o Lula (PT). Mas, fica difícil sem o fortalecimento estrutural e financeiro do Palácio dos Leões, como foi no invisível acordo para atrapalhar a vida do Weverton Rocha (PDT). Vou esperar o próximo capitulo!

  • Coluna Aparte publicada nas segundas-feiras, na página Política, no jornal O Imparcial.
  • Charge do genial Nuna.

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