Coluna Aparte – Diretor com rumo?

Pelos anos de 1937 aconteceu a primeira mudança no traçado do Centro Histórico de São Luís alargando a Rua do Egito e abrindo a Avenida Magalhães de Almeida, criando novas feições com aspectos mais modernos. Maranhão vivia no chicote curto do Estado Novo, na era Vargas, tendo como interventor o famigerado Paulo Ramos, o que permitiu ao intendente, tipo um prefeito, Otacílio Ribeiro, com a experiência de engenheiro urbanista fazer as intervenções sem consultar a população da pacata cidade.

Somente em 1958, o visionário engenheiro sergipano, então diretor do DER-MA, Rui Ribeiro de Mesquita, traçou o melhor plano de expansão para o município, favorecendo, décadas mais tarde, a construção da Ponte José Sarney e a Barragem do Bacanga, projetando a ampliação a partir do São Francisco, passando pelo Renascença, pela Ponta d’Areia, chegando a Avenida Litorânea. Estava criada a nova planta da capital. Novamente sem a consulta pública.

Chegando a década de setenta, o brilhante, mas biônico, prefeito Haroldo Tavares, convidou o urbanista Wit Olaf Prochinik para criar mais um projeto de modernização surgindo o Anel Viário que interligou e organizou a estrutura urbana, mesmo que depois tenha virado um amontoado de invasões sem nenhum planejamento aceitável. Hoje chamamos de bairros. Curiosamente não perguntaram a opinião dos habitantes. Vivíamos a ditadura militar.

Parece que nunca mais surgiu um gestor do executivo municipal para coordenar a elaboração de um projeto de Plano Diretor capaz de ajustar a planta da Zona Urbana a Zona Rural, respeitando as características e potencialidades de cada região. Principalmente conduzindo a escuta nas comunidades.

Na última tentativa de proposta acabavam com as dunas e quase extinguiam a tradicional área rural. Evidente que tudo foi criado nos escritórios dos sedentos empresários da construção civil em comum acordo com vereadores loucos pelo dinheiro fácil. Nem perguntaram nada a ninguém. Melhor, fizeram de conta.

Fato que o Ministério Público Estadual acabou com a gritante armação. Mandando engavetar, antes que tivessem de algemar os ousados usurpadores. Fato que o prefeito Eduardo Braide (Podemos) pediu a proposta de volta do legislativo municipal. Fato que trouxe para seu colo talvez o maior desafio do seu mandato. Fato que precisa dos melhores profissionais para riscar o desenvolvimento para a maioria, jamais cedendo às pressões dos poderosos.

Pode estar com a história da sua vida política sendo escrita com a assinatura da competência. Mas pode ficar igual aos outros executivos.

Estamos aguardando!

  • Coluna Aparte publicada nas segundas-feiras, na página Política, no jornal O Imparcial. 
  • Charge do Nuna.

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