Coluna Aparte – Nem água benta

Parece que o Brasil está mesmo perdido, agora malandro vai ser preso prendendo policial, corrupto vai dar sentença para juiz na hora da condenação e promotor vai ter que pedir licença para acusar quem faz o mal.

Definido que o país pertence aos políticos e gestores, judiciário e Ministério Público devem satisfação mesmo com provas contundentes. Verdade que os juízes e promotores viraram celebridades, por vaidade ou sede ao poder.

Esqueceram a liturgia dos seus cargos, usurparam as condutas achando que nunca seriam descobertos combinando ações para colocar no xadrez políticos, empresários e servidores públicos.

Faltou apagar as mensagens, acreditavam que os bisbilhoteiros virtuais jamais seriam ousados a desafiar da intimidade funcional, cenário perfeito para a Câmara dos Deputados enquadrar todas as autoridades, no melhor estilo, com famigerada Lei de Abuso de Autoridade sem a devida preocupação de fortalecer o equilíbrio entre os poderes, ficou na pura asfixia para as algemas e togas.

Ninguém com poder será condenado, somente pobre, favelado sem sobrenome. Todos vão pagar o preço por desafiar os donos do dinheiro público quando o tresloucado presidente Jair Bolsonaro (PSL) sancionar a decisão do Congresso Nacional.

Por enquanto, o chefe do executivo ganhou tempo para o esquecimento popular sobre o assunto botando lenha nas queimadas provocadas pelos empresários do agronegócio, seus principais apoiadores e sustentadores na campanha eleitoral.

Parece que precisamos de água benta para apagar o fogo e a falta de vergonha dos políticos de plantão.

  • Coluna Aparte publicada nas segundas-feiras, na página Política, no jornal O Imparcial.
  • Charge do Nuna.

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